terça-feira, 26 de janeiro de 2016
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
domingo, 4 de outubro de 2015
No dia 23 de setembro de 2015 realizamos uma
palestra do TRIEP, ministrada pela psicanalista Leila Veratti* e acompanhada
pela psicanalista Daisy Lino**, com os pais de alunos da EMEB Jânio da Silva
Quadros, no Parque Eloy Chaves. O tema - LIMITES: FRUSTRAM, EDUCAM OU
TRAUMATIZAM? – foi abordado do ponto de vista da Psicanálise e os pais
presentes ao encontro participaram com perguntas, dúvidas e experiências
cotidianas com os filhos entre a idade de 4 a 5 anos.
Abaixo, alguns trechos da palestra abordados com os pais.
(...) “Que tipo de pessoa você deseja que seu filho seja?”
É uma pergunta importante e que precisa, primeiramente, ser respondida pelos
próprios pais, e não de modo vago, mas com precisão. Isso ajudará na hora de
decidir ou de observar-se na relação que se estabelece com a criança e o
limite.
Por exemplo, digo que quero que ele seja honesto, mas acho
graça e o justifico – “foi sem querer” - quando aparece com um objeto que não é
seu, ao invés de lhe dizer que não se toma o que é do outro; que sem permissão,
não se pega nada, e que o objeto deve ser devolvido.
Limites, em primeiro lugar, têm a ver com a disposição dos
pais em pensar sobre si próprios e sobre seus filhos, no sentido de levar a
sério a experiência do convívio familiar; as necessidades das crianças e o
quanto um problema do filho também reflete um problema dos pais.
Ninguém, ao vir ao mundo, sabe o que é certo ou errado, nem
conhece as consequências de uma coisa ou de outra. Ao nascer, o bebê ainda não
tem uma ética definida. Há um conjunto de regras e condutas socialmente
estabelecidas que o antecedem em sua chegada e na qual ele estará mergulhado.
Mas uma ética pessoal ainda será constituída e somos nós,
adultos, especialmente os pais, que terão a tarefa fundamental de passar aos filhos,
à nova geração, conceitos importantíssimos que conferem ao pequeno ser a sua
humanidade, a sua identidade, a sua subjetividade. É isso o que o ajudará no
estabelecimento das relações sociais, a reconhecer limites, definir o que é seu
e o que é do outro, o que é público e o que é privado, a reconhecer-se como
sujeito individual e coletivo, ao mesmo tempo.
Para
que todo esse processo se formalize, é necessário acreditar que estabelecer
limites é
algo importante e necessário. Acreditar que os limites são organizadores da
vida porque não dizem somente o que não se pode, mas também, diz o que se pode.
Dar limites é ajudar a criança a se organizar, é delinear
com ela um contorno de seu campo de atuação, é cuidar! É esclarecer aspectos da
vida para alguém que ainda não o sabe e não consegue fazê-lo por si só. É
ajudar o filho a iniciar um processo de compreensão (perceber, tolerar, ser
condescendente) e apreensão (preocupar-se com; conhecer; assimilar) do outro em
sua diferença.
(...) É ao adulto que a criança recorre para sentir-se
segura para lidar com uma situação nova e desconhecida. É preciso que os pais
tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, assim é que os pais se
constituem como modelos e podem ajudar o filho a se identificar com eles e
estruturar uma personalidade mais saudável.
Mas se, por outro lado, a criança que, por algum motivo,
não apreende os limites que lhe foram transmitidos, não considera regras e
combinados para suas ações, para seus desejos e suas vontades, quer tudo e já,
tende a desenvolver um quadro de dificuldades que, ao ir se instalando, pode
trazer prejuízos a ela e aos que convivem com ela. Por exemplo:
- Não consegue perceber o outro e não o toma em
consideração;
- Pode se desinteressar pelos estudos e pela aprendizagem
em geral;
- Apresentar dificuldade para lidar com frustrações e com a
necessidade de adiar a satisfação;
-Podem se apresentar muito agitadas, excitáveis,
agressivas, irritáveis.
É uma tarefa árdua, cansativa, mas talvez seja a única
maneira de ajudar a criança a se tornar uma pessoa eticamente responsável,
capaz de lidar com suas frustrações, adiar sua satisfação, de organizar-se e de
reconhecer o outro em sua diferença. (...)
*Psicanalista membro do TRIEP
**Psicanalista membro-fundador do TRIEP
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
C I C L O D E
P A L E S T R A S
No dia 12 de setembro
de 2015, iniciamos o Ciclo de Palestras no TRIEP.
Colocamos na forma de
pergunta: Psicanalistas, psiquiatras e
psicólogos: como e com o que trabalham?
– a temática deste dia.
Trazemos aqui alguns dos
aspectos sobre a psicanálise, trabalhados pela colega psicanalista Ana Beatriz T. Facchini*.
Os tratamentos
psíquicos de modo geral são nomeados psicoterapias. Criou-se assim uma confusão
recorrente por conta disso...
A Psicanálise é uma
espécie de psicoterapia?
Freud, em seu artigo
de 1904 - “O método psicanalítico de Freud”, focaliza o problema da
psicoterapia e, como faz em outros textos da época, afirma que a psicanálise é
uma psicoterapia.
Porém, quando ele se
referia à psicoterapia era para contrastá-la aos meios curativos
físico-químicos existentes na época e, neste aspecto definia a psicoterapia como
o tratamento que se inicia na mente, ou o tratamento, seja de distúrbios
mentais ou físicos, através de medidas que atuem em primeiro lugar e
imediatamente sobre a mente humana.
Seu objetivo foi
diferenciar o trabalho que ele realizava das outras psicoterapias racionais e
sugestivas vigentes nesse período.
As inquietudes e
hesitações humanas foram compreendidas por Freud como decorrência da divisão estrutural do psiquismo em diversos sistemas, com
funcionamento regido por um conflito permanente entre forças opostas.
A originalidade
freudiana foi demonstrar de que modo o conflito psíquico estava em parte no
inconsciente, portanto oculto ao registro psíquico do Eu e a outra parte do
conflito, no consciente.
O inconsciente
freudiano é absolutamente diferente em relação à psicologia da consciência. Não
é o que temos de mais profundo, não é anárquico ou caótico. Não é aquilo que se
encontra abaixo do consciente.
Ele é uma forma de
articulação com leis próprias e o que o define não são seus conteúdos, mas o
modo como opera, impondo a seus conteúdos uma determinada configuração.
O inconsciente é constituído,
sobretudo de representações imagéticas e apesar de ser concebido como um lugar
psíquico, não significa um lugar anatômico ou corporificável.
Sendo assim, Psicanálise
e Psicologia possuem objetos de estudo distintos e a marca diferenciadora é o
conceito de inconsciente.
O inconsciente possui
natureza inesgotável, e se revela através dos seus efeitos que são: os
sintomas, atos falhos, chistes, sonhos, etc..
A regra fundamental do
tratamento psicanalítico é a associação livre, ou seja, dizer o que vier à mente
e do modo como isso se apresentar ao sujeito.
É se deixar falar para
que apareça o não dito, o indizível ou o irrepresentável, e assim irrompa algo
que possa ser tomado em consideração pelo analista e pelo analisando e, tornar-se
talvez algo elaborado mentalmente.
A fala, na situação
analítica não é como o falar do cotidiano que lança mão apenas de recursos de
linguagem. No tratamento analítico é considerada uma complexa variedade na
comunicação, pois por meio do enquadre analítico se instauram as condições
favoráveis ao trabalho do inconsciente e de sua linguagem – que não se
restringe exclusivamente à linguagem verbal ou da linguística.
Quem procura uma
análise vive um sofrimento, um sintoma que é aquilo que incomoda, provoca
desprazer e dor. O sintoma é sinal de que algo se passa, mas não é só
patológico, não é apenas fonte de sofrimento: pode ser também uma tentativa de
saída para a saúde que garanta certa ordem no sujeito.
Como na análise não se
toma objetivamente o sintoma a ser tratado ou eliminado, o paciente, à medida
que fala, reconhece seu inconsciente trazido à tona no processo analítico pelo discurso,
pensamentos ou palavras que o surpreendem com sua nova possibilidade de
teorização e significação.
Sendo assim,
dirigindo-se a um sujeito em sofrimento, o tratamento proposto pela psicanálise
não será de orientar, aconselhar e muito menos dizer o que deve fazer com a sua
vida. Não se trata de positivar todo pensamento nem apelar ao bom senso ou
ações óbvias. Por quê?
Porque o paciente já se
esforçou bastante antes de chegar a um psicanalista. Já se iludiu com várias
construções psíquicas, com várias teorias sobre o seu sofrer, se recriminou, se
puniu e tem dificuldades nos seus relacionamentos com o mundo. O paciente não
está do jeito que está porque não pensou direito ou lhe faltou ideias. Está
assim porque repete a mesma forma de pensar e essas repetições produziram uma
ruptura no ponto de equilíbrio de sua vida.
*Psicanalista. Graduada em Psicologia. Especialista em Psicologia
Clínica. Membro do TRIEP - Jundiaí.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
"Não respeitamos mais a morte", afirma o psicanalista francês Charles Melman.
Psicanalista e
escritor francês considerado um dos principais seguidores do trabalho de Lacan
e Freud, Charles Melman foi escolhido por Lacan para ser um dos dirigentes da
École Freudienne de Paris. É também um dos fundadores da Associação Lacaniana
Internacional e autor de diversas obras de referência para a psicanálise.
Assinar:
Postagens (Atom)